domingo, 11 de abril de 2010

Esqueleto de X. Estrutura feita de milhares de Xs, encaixados, que se equilibra e se sustenta. Ou seria sua própria pele? Feita de Xs, escama de Xs, formando um tecido elástico que desliza, envolve, engole e incorpora toda a sorte de elementos.
Corpo de X, que estrutura-se e reveste-se. Como uma rede de pesca. Dobrada, cabe dentro do armário. Aberta, guarda cardumes inteiros.
Corpo itinerante. Forma em trânsito que se expande, estica, enrola e coleciona detritos. Corpo constituído de Xs em mutação, que multiplicam-se, misturam-se, reorganizam-se. Dobram, dividem e articulam suas pernas: X, Y, K, Z, V...

X como elemento. A menor unidade, inteira e estável. Estrutura e essência da matéria. Partícula que associa-se a outras, por natureza: questão de afinidade ou complementaridade. Dá origem a substâncias de diversas características.

X como sinal. Consoante, marco ou incógnita.
X como escolha. Ponto de encontro, alvo do desejo.

Combinações que formam o K e o V. O K do abrigo, o V da potência do vir a ser. Escolha de habitar uma Kaza Vazia sem logradouro determinado. Desejos que se cruzam e formam uma zona de probabilidades.
Kaza X. 1/10.000 é a medida do seu Vazio.
E conforme bem indica a teoria atômica, tudo o que temos no mundo é constituído de 99,99% de seu não-ser.

Tales Bedeschi

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